25 fevereiro 2008

24 fevereiro 2008

Filhos de galos concorrentes ficam amigos

Um é filho do Fred e o outro é filho do Vermelho, o galo do terreiro. Os galos são concorrentes, mas os filhos ficaram amigos.

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Chove o tempo todo mas o espírito está legal

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Décimo oitavo dia da quaresma e chove todo dia. Agora mesmo lá fora cai uma garoa fina e fria deixando tudo muito cinzento e, dependendo do estado de espírito, muito triste. Sinto que esse tempo, essa garoa, esse friozinho, certamente vai interferir no clima da minha escrita, mas tudo bem, isso acontece sempre mesmo né, é praticamente impossível não destilar o estado de espírito naquilo que se escreve.

"Yesterday, all my troubles seem so far way...", canta Zezé di Camargo ali no ipod e as notas ecoam pelo local penetrando o interior das araucárias, descendo pelo brejo, flanando pelos piris, atravessando a cerca e varrendo o verde molhado, frio e cinzento do pasto.

Acabamos de almoçar, Luzia, sempre disposta para esse tipo de coisa, desde cedo saiu atrá de um frango caipira, limpou, preparou e caprichou num almoço bem gostoso. Uma verdadeira dádiva para nós quando a Luzia vem conosco e cuida dessas coisas todas prá nós. Acorda cedo, faz café, pega hortaliças na horta, faz um frango e, como se não bastasse, lava toda a louça, limpa o fogão e a cozinha. A gente almoça, repete o prato, conversa um pouco, coloca a louça na pia e sai de fininho meio desenxabido por saber que a Luzia vai ficar lá, arrumar as coisas que sobraram cuidadosamente nos potinhos e cuidar de todo o resto prá nós. A gente, depois de se fartar com o frango delicioso, pode sair de mansinho, escovar os dentes e tirar uma soneca no quarto. Lá pelas tantas, certamente a Luzia também vai descer e quem sabe tirar uma soneça também ou, como acontece às vezes, nem vari dormir nada, vai pegar a vara, arrancar umas minhocas e vai para a beira do lago pescar um pouco. No fim da tarde, com a luz já um tanto diminuída, a gente vai acordar com os olhos cozidos e o corpo preguiçoso, sair na varanda e a Luzia ainda estará lá na beira do lago, se divertindo com peixes pequenos que não a deixarão pegar os maiores com facilidade. No final de tudo, ela ainda vai conseguir trazer um outro maiorzinho, limpar e juntar com os outros no congelador. Um dia desses qualquer, quando o sol estiver bem quente, ela vai se lembrar das tilápias e propor uma fritada de peixes com cerveja. Aí a gente vai se sentar lá no quiosque, colocar um som, ela ou a Isabel vão fritar os peixes e a gente vai se regalar acompanhados de uma cervejinha bem gelada.
Mas Luzia só vai acompanhar na cerveja depois da quaresma, já que está de penitência.

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Hoje instalei o aparelho receptor da parabólica para o Pedrão. Desde que trocamos o receptor na parabólica o aparelho velho dele não funcionou mais. Aí fiz uma ligação direta e ele não tinha como trocar de canal e, para fazer isso, tinha que abrir a casa e trocar no nosso receptor da sala. Agora não precisa mais. Pena que não entrou a Globo no número 1, mas ainda vou resolver isso.

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Jéssica não almoçou conosco hoje, saiu à cavalo e foi à casa da tia Nete almoçar com a Michele e isso foi muito bom. De vez em quando a gente precisa mesmo sair, dar uma voltinha e visitar os amigos, uma coisa que a gente achou que fosse fazer bastante quando viesse para cá e acabou não acontecendo por um monte de razões. Mas não podemos perder as esperanças.

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O pé de araçá na porta da cozinha está carregado de araçás madurinhos. Ele segue o mesmo rítmo das goiabeiras que estão todas carregadas também.

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23 fevereiro 2008

Um final de semana sossegadinho...

Estamos no décimo sétimo dia da Quaresma, quase no finalzinho do mês de Fevereiro. Os dias ainda estão quentes mas tem chovido quase todo dia à tarde e começo da noite. Agora mesmo cai uma chuva torrencial lá fora. Hoje o dia esteve nublado com apenas algumas nesgas de sol mas com calor de uns 27 graus convidativo para um par de cervejas na varanda sossegadinho como diria o Rodrigo da Nilra.

Ontem à noite, a lua apareceu devagarinho no horizonte por detrás dos morros e nos brindou com uma paisagem noturna quase surreal.

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As araucárias estão carregadas de pinhas mas algumas caíram ainda verde com a ventania forte de um desses dias de chuva. Andando pelo local, notei uma revoada de maritacas passando bem alto pela manhã, talvez conferindo o grau de amadurecimento das pinhas. Algum tempo antes, de vez em quando, passava uma ou duas apenas. Deviam ser os soldados de reconhecimento. Agora que as pinhas já estão num estágio mais avançado de amadurecimento, elas passam numa turma maior, talvez o o bando todo de 15 a 20 maritacas já anunciando a algazarra que está por vir. Mais alguns dias e vão começar a pousar nas copas e começar a beliscar as pinhas. Na semana santa é o auge do amadurecimento dos pinhões mas, esse ano, nem estou mais com aquela expectativa toda de colher pinhões para comer. Ano passado as maritacas ganharam de nós de 10 a zero. Nem adiantaram os foguetes. Melhor mesmo deixar tudo para elas.

Hoje acordei bem cedo logo depois das 6 da manhã, 7 horas já estava de pé e fazendo um café. Parece coisa de transtorno bipolar, acordei inspirado, cheio de vontade de fazer um montão de coisas e fiz mesmo. Nem dormi depois do almoço.

Ao acordar pela manhã aqui no sítio temos uma oportunidade toda especial de executar um ritual bem característico. Abrir a porta da sala, porta da cozinha, janelas da sala, afastar as cortinas da cozinha, abrir a janela. Ainda mais que agora todas as portas e janelas estão abrindo sem esfregar no chão, depois que ajustei todas com a plaina elétrica, ficou bem melhor. A gente vai abrindo as portas e janelas bem devagar, sem fazer barulho, para não acordar os que ainda estão dormindo, principalmente a Isabel. Abrir o portão da varanda e da porta da cozinha também é importante para deixar a Mili e a Neli saírem para suas necessidades matinais. Se vacilar, a Neli faz xixi no chão da sala ou do corredor. Safadinha essa Nelinha.

Tem um bule pequeno muito bom de esquentar água para o café. A gente coloca no fogo com a tampa e isso ajuda a água a ferver mais rapidamente. Café bom no coador de pano exige pelo menos umas 4 colheres bem cheias de pó. Aí tem um outro bule para aparar o café que, no final, vai dar certinho para encher a garrafa térmica amarela. Para até 6 pessoas aqui a garafa amarela dá certinho. Se tiver mais gente, temos que usar outras medidas.

Portas e janelas abertas, café pronto, eu sempre gosto de colocar uma seleção de músicas do ipod no aparelho de som. Hoje, mais inspirado, coloquei o aparelho na varanda e toquei a playlist "café no sítio1" que ainda não está completa mas está ficando boa. Café quente, pão doce de côco, e os passarinhos cantando nas árvores em volta. Ditinha e Bolinha logo aparecem para me dar bom dia e serrar um pedacinho de pão. Fred, um dos galos quase sempre também aparece porque está se acostumando a ganhar uns pedaços de pão ou de biscoito. O galo vermelho, o principal do terreiro, tem aparecido também para disputar umas migalhas e espaventar com Fred do local.

Assim tranquilo pela manhã, com a ansiedade baixa, as expectativas sob controle, sem rusgas recentes prá incomodar, esse é um dos rituais mais prazerosos do lugar.

Depois vêm os afazeres relaxantes, principalmente porque a gente nem lembra e nem tem como entrar na Internet.

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Para ajudar na tranquilidade do dia de hoje, até a Jéssica está de bom humor e num de seus dias de menina adorável que tira e limpa a mesa do café, lava a louça, varre e deixa a cozinha limpinha, do jeito que a gente gostaria que fosse todos os dias sempre, mesmo sabendo que ninguém é de ferro.

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Como estive fora 2 semanas, os passarinhos ficaram sem alpiste. Aproveitei a boa vontade da manhã e até fiz um serviço mais completo lavando as vasilhas com escova e sabão. Mais à tarde resolvi tentar dar um jeito nas pombinhas e rolinhas que têm comido todo o alpiste e prejudicado os menores como os canarinhos, bigoginhos e coleirinhas. Usei uns pedaços da tela de plástico que estava cercando a varanda e circundei nas gaiolas não deixando espaço para os pássaros maiores entrarem. Agora tenho que vigiar para ver se os menores vão conseguir passar pelos buracos. Se der certo, a partir de agora eles vão ter alpiste reservado só para eles. Nem por isso os maiores ficaram sem opção, eles continuam podendo comer nos outros comedores abertos.

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Há duas semanas nós pegamos várias mudas de flôres e árvores na prefeitura de Cunha e plantamos na beira do gramado em volta da casa e no pomar. Mesmo com tanta chuva e vento todas essas tardes e noites, hoje notei que todas as mudas pegaram e parece que estão gostando do local. Uma das roseiras novas, ainda pequenin, até nos presentou com uma bonita rosinha depois desses poucos dias.

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Despois de muito tempo, hoje estive batendo um papo com o Evaldo que passou por aqui de manhã com o Oscar quando foram dar uma arrumada na estrada na subida do Amorim. Ele veio ontem à noite depois da gente e caiu na valeta que formou no meio do caminho. Por sorte não ficou atolado. Eu tinha caído lá também, mas com a caminhonete foi mais fácil passar. Hoje resolveram tampar a valeta do meio do caminho. Aproveitamos a ocasião para um bate-papo e para combinar uma parceria para comprar umas manilhas para resolver de uma vez o problema da valeta lateral daquele morrote. Vamos comprar as 40 meia manilhas e procurar ajuda na prefeitura para conseguir uns caminhões de pedras para melhorar a subida. Nessa época de chuvarada todo dia, esse tem sido o pior trecho da estrada da Estiva para chegar e sair daqui.

17 fevereiro 2008

... e os peixes da enchente não apareceram dessa vez

O rio encheu, transbordou e criou várias lagoas nos rebaixos do pasto. Como já tinha acontecido outras vezes, a gente cismou que peixes também viriam com as águas da cheia. Armamos a rede, chafurdamos a água com os cavalos, esperamos e nada. Não foi dessa vez.

Pelo menos nos divertimos andando à cavalo nas lagoas. Isso é que é tração nas 4 rodas, ops, 4 patas!!

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Fotos aqui.

08 fevereiro 2008

O canil do bairro Ribeirão

No bairro de Ribeirão pouco antes da entrada de Cunha à esquerda, tem um canil interessante. Segundo contam, lá moram uns 200 cães de todas as espécies e é mantido por uma bondosa senhora que trabalha e mora em São Paulo. Ela pega cães abandonados na rua e os acolhe no canil com todo o carinho. Dizem que um cachorro depois que entra ali só sai morto. Ela não dá e não vende uma única alma peluda depois que ali se instala. Na entrada, à sombra tranquila de uns eucalíptos, fica o cemitério cheio de azaléas. Mais à frente tem uma enorme de um lago que, segundo o zelador tem muitos peixes, e dos grandes. Estivemos lá umas 3 vezes e é impressionante como é tudo muito limpo e cuidado. Seu João Cesar era o zelador, uma pessoa muito atenciosa e gentil. Agora dessa vez soubemos que ele saiu e deu lugar ao Daniel que nos recebeu também com muito carinho e atenção. A cachorrada é um show à parte. Vejam só.

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Mais fotos aqui.

03 fevereiro 2008

... e o velho Jacuí transbordou com a chuvarada

Todas as fotos da enchente do Jacuí.

Veja o vídeo do trecho da cachoeira do Beleza onde todas as pedras foram encobertas pelas águas da enchente.


Final de Janeiro e começo de Fevereiro choveu demais, muito mesmo, o que fêz com que o final das férias de verão fosse bem molhado e barrento. Aí entre Sábado e Domingo teve ter chovido umas 24 horas sem parar. Nem foi chuva muito forte mas foi constante bem espalhada até onde a vista alcançava o que parecia que nem era assim tão longe, mas deve ter sido.

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Por onde se anda o pé atola no barro e até a grama está toda encharcada. Dias assim a gente nem sai de casa e aproveita para ler livros, revistas e ver filmes. Vimos todos os 10 filmes que o Gustavo trouxe.

Interessante ver esse rio assim com uma largura 5 vezes maior que o normal e toda essa água doce jorrando em abundância nesses tempos onde o mundo inteiro se assanha com o desperdício de água e uma possível tragédia que pode acontecer no futuro. Rio Jacuí jorrou esse aguaceiro todo por uns 2 dias até começar a voltar ao seu leito normal. Na Cachoeira do Beleza, todas as pedras ficaram submersas, o rio passava direto com um rugido furioso vale abaixo.

Para andar por ali tivemos que encontrar umas botas de borracha ou sapatos velhos que podiam ser molhados porque, na passagem pelo mangueiro, o barro estava quase perto do joelho.Pict121

Como diz o Pedrão: "Chuvas temerosas". Diz ele que não vê uma enchente assim em muitos, muitos anos...

02 fevereiro 2008

Demorou mas saiu a balança...

O local não combina com pressa e stress e com isso, tem coisas que a gente começa planejando como algo prá se fazer talvez um dia, passa-se um tempão, lá um dia a gente dá mais um passo, passa-se outro tempão e outro dia, mais outro outro passo, até que chega uma hora que acontece. Foi assim com a balança de paus cruzados que a gente viu um dia numa casa de móveis rústicos. Parecia bem simples e não deveria dar muito trabalho mas, como tantas outras coisas, nos tomou um certo tempo e finalmente ficou pronta. Ainda bem que Mr. D estava por lá para nos orientar como furar os paus de eucalípto tratado. Aí está. Ficou pronta e, pelos cálculos deve aguentar bem toda a nossa turma qualquer que seja o peso.

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