23 fevereiro 2008

Um final de semana sossegadinho...

Estamos no décimo sétimo dia da Quaresma, quase no finalzinho do mês de Fevereiro. Os dias ainda estão quentes mas tem chovido quase todo dia à tarde e começo da noite. Agora mesmo cai uma chuva torrencial lá fora. Hoje o dia esteve nublado com apenas algumas nesgas de sol mas com calor de uns 27 graus convidativo para um par de cervejas na varanda sossegadinho como diria o Rodrigo da Nilra.

Ontem à noite, a lua apareceu devagarinho no horizonte por detrás dos morros e nos brindou com uma paisagem noturna quase surreal.

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As araucárias estão carregadas de pinhas mas algumas caíram ainda verde com a ventania forte de um desses dias de chuva. Andando pelo local, notei uma revoada de maritacas passando bem alto pela manhã, talvez conferindo o grau de amadurecimento das pinhas. Algum tempo antes, de vez em quando, passava uma ou duas apenas. Deviam ser os soldados de reconhecimento. Agora que as pinhas já estão num estágio mais avançado de amadurecimento, elas passam numa turma maior, talvez o o bando todo de 15 a 20 maritacas já anunciando a algazarra que está por vir. Mais alguns dias e vão começar a pousar nas copas e começar a beliscar as pinhas. Na semana santa é o auge do amadurecimento dos pinhões mas, esse ano, nem estou mais com aquela expectativa toda de colher pinhões para comer. Ano passado as maritacas ganharam de nós de 10 a zero. Nem adiantaram os foguetes. Melhor mesmo deixar tudo para elas.

Hoje acordei bem cedo logo depois das 6 da manhã, 7 horas já estava de pé e fazendo um café. Parece coisa de transtorno bipolar, acordei inspirado, cheio de vontade de fazer um montão de coisas e fiz mesmo. Nem dormi depois do almoço.

Ao acordar pela manhã aqui no sítio temos uma oportunidade toda especial de executar um ritual bem característico. Abrir a porta da sala, porta da cozinha, janelas da sala, afastar as cortinas da cozinha, abrir a janela. Ainda mais que agora todas as portas e janelas estão abrindo sem esfregar no chão, depois que ajustei todas com a plaina elétrica, ficou bem melhor. A gente vai abrindo as portas e janelas bem devagar, sem fazer barulho, para não acordar os que ainda estão dormindo, principalmente a Isabel. Abrir o portão da varanda e da porta da cozinha também é importante para deixar a Mili e a Neli saírem para suas necessidades matinais. Se vacilar, a Neli faz xixi no chão da sala ou do corredor. Safadinha essa Nelinha.

Tem um bule pequeno muito bom de esquentar água para o café. A gente coloca no fogo com a tampa e isso ajuda a água a ferver mais rapidamente. Café bom no coador de pano exige pelo menos umas 4 colheres bem cheias de pó. Aí tem um outro bule para aparar o café que, no final, vai dar certinho para encher a garrafa térmica amarela. Para até 6 pessoas aqui a garafa amarela dá certinho. Se tiver mais gente, temos que usar outras medidas.

Portas e janelas abertas, café pronto, eu sempre gosto de colocar uma seleção de músicas do ipod no aparelho de som. Hoje, mais inspirado, coloquei o aparelho na varanda e toquei a playlist "café no sítio1" que ainda não está completa mas está ficando boa. Café quente, pão doce de côco, e os passarinhos cantando nas árvores em volta. Ditinha e Bolinha logo aparecem para me dar bom dia e serrar um pedacinho de pão. Fred, um dos galos quase sempre também aparece porque está se acostumando a ganhar uns pedaços de pão ou de biscoito. O galo vermelho, o principal do terreiro, tem aparecido também para disputar umas migalhas e espaventar com Fred do local.

Assim tranquilo pela manhã, com a ansiedade baixa, as expectativas sob controle, sem rusgas recentes prá incomodar, esse é um dos rituais mais prazerosos do lugar.

Depois vêm os afazeres relaxantes, principalmente porque a gente nem lembra e nem tem como entrar na Internet.

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Para ajudar na tranquilidade do dia de hoje, até a Jéssica está de bom humor e num de seus dias de menina adorável que tira e limpa a mesa do café, lava a louça, varre e deixa a cozinha limpinha, do jeito que a gente gostaria que fosse todos os dias sempre, mesmo sabendo que ninguém é de ferro.

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Como estive fora 2 semanas, os passarinhos ficaram sem alpiste. Aproveitei a boa vontade da manhã e até fiz um serviço mais completo lavando as vasilhas com escova e sabão. Mais à tarde resolvi tentar dar um jeito nas pombinhas e rolinhas que têm comido todo o alpiste e prejudicado os menores como os canarinhos, bigoginhos e coleirinhas. Usei uns pedaços da tela de plástico que estava cercando a varanda e circundei nas gaiolas não deixando espaço para os pássaros maiores entrarem. Agora tenho que vigiar para ver se os menores vão conseguir passar pelos buracos. Se der certo, a partir de agora eles vão ter alpiste reservado só para eles. Nem por isso os maiores ficaram sem opção, eles continuam podendo comer nos outros comedores abertos.

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Há duas semanas nós pegamos várias mudas de flôres e árvores na prefeitura de Cunha e plantamos na beira do gramado em volta da casa e no pomar. Mesmo com tanta chuva e vento todas essas tardes e noites, hoje notei que todas as mudas pegaram e parece que estão gostando do local. Uma das roseiras novas, ainda pequenin, até nos presentou com uma bonita rosinha depois desses poucos dias.

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Despois de muito tempo, hoje estive batendo um papo com o Evaldo que passou por aqui de manhã com o Oscar quando foram dar uma arrumada na estrada na subida do Amorim. Ele veio ontem à noite depois da gente e caiu na valeta que formou no meio do caminho. Por sorte não ficou atolado. Eu tinha caído lá também, mas com a caminhonete foi mais fácil passar. Hoje resolveram tampar a valeta do meio do caminho. Aproveitamos a ocasião para um bate-papo e para combinar uma parceria para comprar umas manilhas para resolver de uma vez o problema da valeta lateral daquele morrote. Vamos comprar as 40 meia manilhas e procurar ajuda na prefeitura para conseguir uns caminhões de pedras para melhorar a subida. Nessa época de chuvarada todo dia, esse tem sido o pior trecho da estrada da Estiva para chegar e sair daqui.