20 dezembro 2008

Dia da alta – volta prá casa

20081220-Sat-05:50:54
Ansiosidade não me deixa dormir, cabeça cheia de pensamentos, planos, alguns pensamentos até meio malucos e desafiadores. Levanto sozinho, vou ao banheiro, ligo o laptop e venho escrever um pouco.
Ainda faltam quase 2 horas para o café. Ainda está escuro lá fora.

20081220-Sat-09:21:41
Tomar banho, aguardar Dr. Goveia passar por aqui para dar alta. Tá meio frio lá fora, sem sol, vou ter que ir de calça jeans.

20081221-Sun-08:47:04
Em casa desde ontem, é a primeira vez que me sento para escrever com mais calma, ontem foram só arranjos para ajustar o ambiente para esse mês de recuperação. O primeiro mês é mais crítico para a cicatrização da parte da musculatura e talvez também para a consolidação do enxerto ósseo.

Dr. Goveia recomendou ficar 18 horas na cama e distribuir as outras 6 para ir ao banheiro, tomar banho, comer, dar umas voltinhas pelo quarto, pela casa.

Escada até pode desde que moderadamente (3x ao dia).

A ambulância ontem veio rapidinho a mais de 120 por hora; esses caras estão acostumados a andar depressa. Isabel veio na frente porque o motorista precisava de alguém para lhe mostrar o caminho em Aparecida mas bem que ela poderia vir lá atrás comigo e passar para a frente quando estivesse chegando. Com a velocidade, sozinha com  motorista, num carro com um baita vidrão na frente, ela quase morreu de pânico. Eu só me lembrei desse detalhe no meio do caminho quando prestei atenção no ruído das ultrapassagens rápidas. Mas aí, como já devia estar perto, achei melhor deixar quieto. Dito e feito. Isabel chegou apavorada e cheio de dores no pescoço.

Lá atrás, eu deitado naquela maca desconfortável de sempre, virando de um lado para outro revezando o desconforto das pernas dormentes, pensando na tortura da demora da viagem, usei um pouco o blackberry, mandei uns tweets, coloquei o ipod e vim ouvindo "Marisa Monte". Por isso acabei me desligando um pouco da viagem e fiquei surpreso quando percebi as manobras já dentro de Aparecida.

Enfermeira Virgínia toda paramentada, veio sentada no banquinho me vigiando. Serviço completo, tudo pago pela Mediservice.

Chegamos, descemos, nos despedimos e o pessoal da ambulância retornou imediatamente.

O tempo estava cinzento e chuvoso começando a garoar mais forte. Não havia ninguém em casa. Havia me esquecido de ligar pelo celular para avisar que estávamos chegando. Havia uma ligação perdida no meu. Ligue para Amanda, ela estava na Teresinha e veio rapidinho no receber.
Ninguém sabia do Deh que chegou bem depois, mancando, com tala no pé, disse que se machucou no futebol.
Segunda-feira é aniversário dele.

Enfim, em casa novamente. Cachorros pulando, cheirando e lambendo, beijos e abraços. É verdade, nada como a casa da gente!

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